Etapas do processo produtivo
O processo de produção do xaxim agroecológico utilizado até
o presente momento é artesanal e realizado de forma manual. Produções em larga
escala poderão demandar, eventualmente, o desenvolvimento de processos e
equipamentos apropriados. As principais etapas dessa produção artesanal são:
Preenchimento dos moldes
Inicialmente, coloca-se uma camada de substrato de
aproximadamente 5,0 cm no fundo do molde externo, que é prensado manualmente
com auxílio de um soquete. Em seguida, é inserido o
molde interno no centro do vaso. A parede do “xaxim” é criada por meio da
prensagem do substrato entre a parede do molde externo e a parede do molde
interno. Produções em larga escala demandam que sejam utilizados moldes
específicos e equipamento de prensagem apropriado.
Secagem do vaso
É necessário que o xaxim esteja com umidade ideal para que a
aplicação da cera seja feita corretamente. Não deve estar muito úmido, pois
nessas condições a cera não irá penetrar adequadamente em suas paredes. Por
outro lado, não deve estar muito seco, pois a cera irá penetrar demais e não
será formada uma camada rígida, resultando em um xaxim amolecido. A secagem é
feita com a retirada do xaxim do molde e a paralisação da irrigação. O próprio
consumo de água das plantas de milheto ajuda nesse processo de secagem. O ponto
ideal é atingido entre três e quatro dias. Para retirar o xaxim, basta puxar as
plantas pela parte aérea, o que faz com que se desprendam do molde.
Após a secagem, o milheto deve ser cortado
com uma tesoura de poda. A rebrota do milheto é
muito reduzida, mas, se ocorrer, um novo corte deve ser realizado.
Aplicação da cera
A aplicação da cera deve ser realizada apenas na parede
lateral externa do xaxim. Não deve ser aplicada no fundo, pois, além de ser um
gasto desnecessário, é por essa parte do xaxim que ocorre a
drenagem da água posteriormente utilizada para a irrigação das plantas que vão
ser cultivadas no vaso. Utiliza-se, aproximadamente, 80 miligramas de cera para
cada centímetro quadrado de superfície da parede lateral do xaxim. No processo
artesanal, é aplicada por meio de um recipiente de metal raso e comprido,
semelhante a uma forma de bolo, onde se coloca uma fina camada de cera
derretida. O xaxim é “rolado” dentro desse recipiente, de modo que a
camada de cera possa penetrar na sua parede lateral externa. Esse é um método
rústico e deve ser aperfeiçoado, principalmente no caso de produções em larga
escala.
A parte superior do vaso é a mais vulnerável aos eventuais danos
que ocorrem durante o manuseio ou a utilização do xaxim e, por isso, o produto
deve receber maior quantidade de cera na parte superior de sua parede lateral.
Isso é feito posicionando os vasos de cabeça para baixo imediatamente após a
aplicação da cera, fazendo com esta, ainda quente, escorra e se acumule na
parte superior das paredes, que estarão viradas para baixo.
Não se pode esquecer que a cera, seja parafina ou
cera de carnaúba, é inflamável e que é utilizada com temperatura elevada. Sua
aplicação deve ser realizada com todos os cuidados necessários para evitar a
ocorrência de acidentes. O ambiente, os equipamentos e os utensílios devem ser
adequados para minimizar o risco de incêndio e de acúmulo de gases. Os
trabalhadores devem utilizar vestimenta adequada e equipamentos de proteção
individual. Regras de segurança podem ser estabelecidas com base nas normas de segurança
existentes em indústrias de produção de velas.
Acabamento do produto
Antes de ser comercializado, é necessário que cada vaso
obtido seja inspecionado em busca de imperfeições. Essa etapa é importante para
melhoria da qualidade do produto, pois é comum que a aplicação de cera não seja
feita de maneira uniforme, o que prejudica a vida útil do xaxim e o seu aspecto
visual. Pode ocorrer falta ou excesso de cera em alguns pontos da parede
lateral e também a formação de aglomerados decorrentes do escorrimento de cera
após a aplicação. Assim, o acabamento deve ser realizado por meio das seguintes
etapas:
1. Retirada
manual dos aglomerados maiores de cera;
2. Derretimento
do excesso de cera presente em pequenos aglomerados ou na parede lateral. Para
isso, pode ser utilizado um “soprador térmico”, semelhante a um secador de
cabelo. Este equipamento apresenta baixo custo e permite derreter a cera em
pontos específicos do xaxim. No entanto, tem a desvantagem de consumir muita
energia elétrica. Seu uso é recomendado para produções em pequenas escalas. No
caso de larga escala, é recomendado que os vasos sejam colocados no interior de
estufas elétricas, ou a gás, que mantêm a temperatura necessária para o
derretimento da cera;
3. Corte
da camada superior. Dependendo da exigência do mercado, pode ser necessário
cortar a camada superior do xaxim para retirar os restos das plantas de milheto
e para que a superfície superior fique nivelada. Isso pode ser feito com uma
serra tipo “tico-tico” contendo uma lâmina muito fina e afiada.
O intuito desta publicação é de divulgar o trabalho de pessoas comprometidas na preservação da Natureza e com o consumo responsável dos recursos naturais em prol da humanidade.
Como Produzir Xaxim Agroecológico - Substrato
Como Produzir Xaxim Agroecológico - Milheto
Como Produzir Xaxim Agroecológico - Cera
Como Produzir Xaxim Agroecológico - Moldes
Como Produzir Xaxim Agroecológico - Etapas do Processo Produtivo
Como Produzir Xaxim Agroecológico - Armazenamento, Embalagens e Transporte
Fonte/Créditos: Embrapa
Marco Antonio de Almeida Leal
Embrapa Agrobiologia
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