A resposta é sim.
Segundo pesquisas realizadas pela Universidade Estadual da Pennsylvania, as plantas são capazes de emitir odores únicos, conforme suas características e espécie. É claro que se observarmos bem as espécies do nosso cotidiano, chegaremos a esta mesma conclusão, imagine o perfume que as rosas nos proporcionam quando percorremos um jardim durante o Verão, ou o cheiro intenso que sentimos quando cortamos nosso gramado no final da Primavera, ou até mesmo o perfume inconfundível do jasmim que floresce à noite. Através destes perfumes característicos e muitas vezes únicos de cada espécie, sabemos até mesmo quando uma fruta está no ponto para consumo, mesmo sem precisar tocá-la.
Estes importantes aromas emitidos pelas espécies são fundamentais até mesmo para a comunicação entre plantas e animais, se não, de qual forma poderia uma flor atrair seus polonizadores? Ou as sementes de frutas serem espalhadas se a espécie não conseguisse atrair os pássaros espalhadores de sementes. Esses aromas característicos induzem até mesmo as pessoas a espalhar flores pelo mundo todo, minha mãe por exemplo, ganhou uma orquídea chocolate de presente, provavelmente por causa do cheiro característico que a bela espécie exala.
Esta parte é fácil, quase todos nós já percebemos estes aromas característicos que as plantas exalam.
Mas o surpreendente da pesquisa foi saber que as plantas não apenas emitem odores; elas também são capazes de “cheirar” outras plantas.
É fato que as plantas não têm nervos olfativos que se conectam a um cérebro que interpreta os sinais. Mas a Cuscuta, as plantas de Heil e outros tipos de flora em todo o mundo natural reagem a feromônios como nós. As plantas detectam uma substância química volátil no ar e convertem esse sinal (sem usar nervos) em uma resposta fisiológica. Considerado pelos pesquisadores como um tipo de olfato.
A principal entomologista da pesquisa, Consuelo de Moraes, cujo principal interesse é a compreensão dos sinais químicos voláteis entre insetos e plantas e entre as próprias plantas, conseguiu documentar esse comportamento em video.
Ela buscou decifrar de que maneira a planta poderia localiza sua presa. Ela demonstrou que as vinhas da parasita nunca crescem na direção de vasos vazios ou com plantas falsas, mas localizam pés de tomate, não importa onde estejam, na luz, ou à sombra.
A hipótese de Consuelo é que a trepadeira na verdade detecta o “cheiro” do tomate e, para comprovar isso, ela e seus alunos colocaram a Cuscuta em um vaso dentro de uma caixa fechada e, ao lado, outra caixa com um pé de tomate.
As duas caixas foram ligadas por um tubo, permitindo um fluxo livre de ar entre elas.
Concluiu-se que a planta isolada cresceu sempre em direção ao tubo, sugerindo que o tomate exalou um aroma que passou pelo tubo até a caixa da Cuscuta.
Essa conclusão já foi tema de várias reportagens, exibidos principalmente nos canais de tv paga.
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